sábado, 14 de maio de 2011

[INFO] BATE-BOLA COM JOÃO PAULO, ÍDOLO DOS ALVINEGROS

Um dos ícones da primeira geração de "Meninos da Vila", este ex-ponteiro esquerdo, aliava velocidade e inteligência, além de bater na bola como poucos.

João Paulo, conseguiu uma façanha difícil de ser alcançada: foi ídolo e campeão pelos dois rivais alvinegros.

Em 1978, foi campeão paulista pelo Santos, dez anos depois, em 1988, conquistou o título pelo Corinthians. Na Vila foram 416 jogos, contra 268 com a camisa do Timão.

No Santos, é o maior artilheiro depois da "Era Pelé", com 104 gols, ao lado de Serginho Chulapa.

Hoje, João é treinador de futebol. Depois de comandar o Força, acaba de assumir o sub-15 do Barueri. Nas horas vagas é um avô dedicado, não larga os netos (Matheus e Diogo), e ainda arruma tempo para defender os Masters do Santos e do Corinthians.

Confira o bate-papo:

SD - Curiosamente, você disputou três finais por cada clube, inclusive, em uma delas pelo Corinthians contra o Santos. Que projeção você faz para esta final?

JP - Eu acho que existe um equilíbrio muito grande, apesar do Corinthians ter chegado na frente durante a fase de classificação. A trajetória do Santos, depois de 2002, se acostumando a ganhar títulos também pode pesar. Do mesmo jeito que o Corinthians cresce em momentos adversos, como, jogar na Vila.

E essa coisa de desgaste?

Acredito que a vitória na Colômbia aliviou os jogadores, é uma final, o jogador neste momento supera o cansaço

Dos vários clássicos entre Santos e Corinthians que você participou, existe algum fato marcante que vale a pena mencionar?

Que eu me lembre no momento, não! Apesar de ter jogado praticamente seis anos em cada clube, sou mais lembrado como jogador do Santos, acho que os "Meninos da Vila" marcaram muito, mesmo assim consegui ser ídolo também no Corinthians, poucos conseguiram isso.

Aproveitando a tua experiência de ter jogado nestes dois grandes rivais. Eu queria saber, o que você acha desta suposta transferência do Ganso para o Corinthians?

São situações diferentes. Eu saí do Santos em 83, fiquei pouco tempo no Flamengo, e no ano seguinte estava jogando contra o Santos numa final de campeonato. Toda hora me pegavam de surpresa, querendo que eu falasse alguma coisa pra me prejudicar. Na época eu administrava tudo sozinho, sempre fui profissional, já tinha dado minha parcela ao Santos. Como eu falei, continuo sendo ídolo dos santistas. No caso do Ganso, acho estranho, talvez ele seja mal-assessorado, não era preciso criar essa imagem negativa, que só traz coisas ruins pra carreira.

Uma das suas especialidades era o cruzamento. Percebo no futebol atual, uma deficiência grande neste fundamento. Você também vê assim?

Claro! A bola não chega na área, ou bate no marcador, ou vai sem direção. O futebol não mudou nesta parte, chegou no fundo, tem que olhar. O garoto já vem da base sem saber cruzar, aí não tem muito o que fazer, treinamento melhora, mas não faz milagres. Ninguém treina mais depois do horário, eu chamava um companheiro pra ficar na área, e ficava cruzando

Me conta aquela história da transferência do Edmar (ex-avante do Corinthians, Guarani e Cruzeiro)?

Eu sempre brinco com ele quando nos encontramos. Foi o seguinte: o Edmar tava pra ser contratado por um time italiano, aí, o empresário pediu à ele uma fita com seus gols. Dois dias depois o empresário ligou pro Edmar e falou: "Acho que vou levar aquele cara que aparece toda hora colocando a bola na tua cabeça?(risos)

Pra terminar a entrevista, você arrisca algum palpite para domingo?

Não, é muito difícil! O Santos tem mais time, mas o Corinthians é muito perigoso em finais. Mais difícil, vai ser assistir o jogo em casa, minhas três filhas torcem para o Corinthians (elas nasceram na época em que João atuava pelo Timão), e a Beth, minha mulher, falou que fez igual ao Ronaldo, era flamenguista e virou corithiana. (risos)

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