quarta-feira, 18 de maio de 2011

[INFO] 30 ANOS DE JOEL

Na última sexta-feira o irreverente Joel Santana concedeu uma entrevista ao site globoesporte.com, neste dia, ele comemorava 30 anos de carreira como treinador.

Antes disso, Joel foi um vigoroso zagueiro do Olaria e do Vasco da Gama, mas - sem dúvida - foi no banco, dirigindo várias equipes, que fez história. Ganhou oito títulos cariocas, um nacional e um internacional.


Separei dois momentos da entrevista, onde Papai Joel fala sobre craques e claro, sobre sua famosa prancheta.

Confira:

Sobre os craques Zico e Neymar...

Peguei o Zico num jogo amistoso, em Niterói. Magrinho, loirinho. Ele me driblava de tudo quanto era jeito. Eu falava: “Gente, tira esse garoto de perto de mim”. Aí, em qualquer momento, eu dei uma porrada nele e saí de campo. Entrou o Gaúcho no meu lugar. E ele era parecido comigo. Depois, quiseram dar porrada no Gaúcho, achando que era eu. E eu já estava na barca há muito tempo.

Se não tenho time, vou jogar com 4-3-2-1 contra o Santos? Eu estou ferrado. Vão bater com a gente até cansar. Neymar vai vir de lá, vai me driblar até no banco. Vou cair no chão, não quero nem ver (risos). É aquela história que um amigo meu conta. Era um jogo contra o Flamengo, com falta naquele lugar que o Zico gostava, ele era o primeiro homem na barreira. O goleiro mandou ele virar e ele não virou, só respondeu: “Acha que só você quer ver o gol? Eu também quero”. Craque é craque.

Sobre a prancheta...

Comecei a sentir que na beira do campo, às vezes, você fica envolvido na emoção e não consegue guardar tudo que você queria falar para os seus jogadores. Porque você tem um tempo mínimo ali. Às vezes tem jogador que tem dor de barriga, tem que colocar gelo, quer fazer xixi...

Não comecei a usar para fazer onda, não. É que ali eu fazia uns desenhos muito feios. Uma seta minha tem um valor danado. Médico escreve tudo errado para a pessoa não imitar a letra dele. Comigo é a mesma coisa. Uma seta aqui, assim, assado, representa muita coisa. E isso foi crescendo até que chegou a um ponto que quiseram acabar com a minha prancheta, matar ela.

Disseram que eu era um técnico ultrapassado, que agora era laptop, o bonitinho. Mas aí viram que a prancheta tem o seu valor. Agora ela está na crista da onda. Eu perdi uma vez e fiquei louco, mas alguém guardou para mim. Poxa, ali estava a arma do crime todo. Tudo escrito por tópico. Aquilo é segredo de estado.

A prancheta continua da mesma forma que eu deixei na bolsa quando saí do Botafogo. Mas está sapateando, nervosa para trabalhar. Outro dia ela me cobrou: “Como é que é, cara? Vou continuar aqui até quando? Estou doida para sentir aquele clima”. Eu respondi: “Calma, filhinha”.

Um comentário:

Caio Blaster disse...

Qual o maior técnico de futebol hoje em dia com mais cara do futebol carioca?
A resposta é Joel Santana.