sexta-feira, 22 de julho de 2011

[OPINIÃO] FAIR LADY

O lance protagonizado pelo atacante Kleber (foto) do Palmeiras neste meio de semana frente ao Flamengo, onde ele não devolveu a bola para o adversário, e partiu com a mesma em direção ao gol, reacendeu uma questão que precisa ser revista no futebol, o "Fair Play".

Neste caso recente, o Palmeiras atacava o time carioca em busca da vitória, quando próximo a grande área o lateral esquerdo Junior César do Flamengo, caiu numa disputa de bola. O árbitro mandou a jogada seguir, pois não havia observado falta, mas o lateral continuou deitado no solo.

Como a partida já se encaminhava para o seu final, e o Flamengo parecia contente com o empate, na hora do bola ao chão os atletas cariocas, ainda insatisfeitos com o tempo ganho na paralisação, hesitaram - com certa dose de cinismo - em devolver a bola.

A atitude sorrateira do atacante palmeirense é digna de reprovação, mas, algo tem que ser feito para frear esta forma de catimba. Se fizermos um estudo de quantos jogadores ficam no solo aguardando atendimento médico, quando sua equipe está alcançando um resultado satisfatório, veremos a discrepância.

Há muito tempo, treinadores e atletas vem utilizando este expediente para quebrar o ritmo do adversário ou para ganhar tempo. O ritual é sempre o mesmo, o jogador fica estirado no gramado, transparecendo não ter a mínima condição de seguir na partida, é retirado pelo carrinho ou pela maca, melhor pela segunda opção, e na hora de devolver a bola, o fazem jogando-a para o ponto mais extremo do campo.

Acredito que, quando a FIFA alterar a Regra 8, exigindo ao árbitro parar o seu cronômetro na hora da "contusão", e só soltá-lo na bola ao chão, talvez o problema da "cera" esteja resolvido, mas quanto ao de "esfriar" a partida.

Fair Play, é devolver a bola no local do incidente, é levantar o adversário com respeito, é não retardar de qualquer forma o andamento da partida, é cumprimentar seus companheiros e seus oponentes antes e no final de cada jogo, enfim, toda e qualquer atitude digna para que a partida transcorra de forma limpa e justa.

O treinador da Fiorentina, o sérvio Sinisa Mihajlovic, já declarou que não quer que parem o jogo caso algum atleta seu caia no gramado, e vice-versa. Pelo jeito, não é só por aqui que as coisas estão fugindo do controle.

A verdade, é que estas paralisações estão deixando o futebol atual cada vez mais chato, já não bastam a violência, o anti-jogo e a falta de apetite para atacar, vide o Paraguai que pode se sagrar campeão da América, sem vencer uma partida sequer.

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