segunda-feira, 6 de junho de 2011

[OPINIÃO] O ADEUS DE UM FENÔMENO

O último treino de Ronaldo (foto: Marcos Ribolli)
O Pacaembu novamente será palco da despedida de um craque do futebol brasileiro e mundial.

Foi nele, que Romário deu adeus à Seleção Brasileira em 1995, num amistoso contra a Guatemala, agora é a vez de Ronaldo.

Revelado pelo São Cristovão, Ronaldo despontou para o futebol atuando no Cruzeiro, onde já na sua segunda temporada como profissional, aos 18 anos, foi convocado para disputar a  Copa do Mundo de 1994.

Logo após, mesmo sem ter atuado um minuto sequer, seguiu para a Europa. Lá, se tornou o melhor do mundo por três vezes, ganhou tudo que se possa imaginar. Foram 14 anos de muitos títulos e algumas tristezas.

Ganhou também muita massa muscular, bem acima do que sua estrutura franzina permitia. Quem mais sentiu foram os ligamentos de seus joelhos, estes problemas físicos o afastaram por muito tempo dos gramados.

Foi submetido a inúmeras cirurgias, tomou vários medicamentos, que podem ter descontrolado seu metabolismo. Começou a ganhar peso gradativamente, voltou ao Brasil, e a alegria estampada no seu rosto, quando do início da carreira, foi se transformando na mesma proporção em dor e sofrimento.

Amanhã, Ronaldo vai atuar durante 15 minutos da partida amistosa do Brasil frente a Romênia. A homenagem foi uma iniciativa da CBF, onde o mandatário-mor do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira, fez questão de dizer na entrevista coletiva dada nesta segunda-feira, dentre outros adjetivos, que Ronaldo foi o maior jogador que atuou com a camisa amarela durante toda sua gestão.

Pode até ter sido, mas claramente foi uma cutucada no baixinho Romário, que esteve no hotel da Seleção - como deputado - convidando o presidente da CBF à esclarecer denúncias feitas contra ele, sobre a organização da Copa do Mundo no Brasil.

Política a parte, Ronaldo e Romário foram sem dúvida os dois maiores jogadores brasileiros dos últimos vinte anos. Ambos mereciam muito mais do que uma despedida contra adversários como Guatemala e Romênia, pelos serviços prestados à CBF.

Como Pelé e Garrincha, atuando juntos, jamais perderam uma partida pela Seleção, pena que não tiveram oportunidade de estarem lado a lado numa Copa.

Amanhã veremos o adeus de um fenômeno e a permanência de um ditador.

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